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"FÉ INABALÁVEL SÓ O É A QUE PODE ENCARAR FRENTE A FRENTE A RAZÃO, EM TODAS AS ÉPOCAS DA HUMANIDADE."
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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Meu Brasil

Poema de Pedro de Alcântara em Parnaso de Além Túmulo.


O ÚLTIMO imperador deixou alguns sonetos, que, bem o sabemos, há quem diga não serem da sua lavra. Ignoramos por que Dom Pedro 2º, alma boníssima, vibrátil, e espírito culto, não pudesse fazer o que fizeram e fazem tantos outros patrícios nossos, a ponto de ser correntio o conceito de que todo brasileiro é poeta aos 20 anos. De qualquer forma, entretanto, o que se não poderá negar é a estreita afinidade destes sonetos com os que, de Dom Pedro, conhecemos.





Longe do meu Brasil, triste e saudoso,
Bastas vezes sentia, mal desperto,
Com o coração pulsando, estar já perto
Do pátrio lar risonho e bonançoso.

E deplorava o rumo escuro e incerto,
Do meu desterro amargo e desditoso,
Desalentado e fraco, sem repouso,
O coração em úlceras aberto.

Enviava, a chorar, na aura fagueira,
Minhas recordações em terna prece
Ao torrão que adorara a vida inteira;

Até que a acerba dor, enfim, pudesse
Arrebatar-me à vida verdadeira.
Onde a luz da verdade resplandece.

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