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"FÉ INABALÁVEL SÓ O É A QUE PODE ENCARAR FRENTE A FRENTE A RAZÃO, EM TODAS AS ÉPOCAS DA HUMANIDADE."
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

De Volta à Terra

Capítulo I do livro: ADOLESCENTE, MAS DE PASSAGEM de Paulo R. Santos

Nascer, morrer,  renascer  ainda e  progredir  sem  cessar,  tal  é a lei.  Esta  frase  foi inscrita  no  monumento  megalítico  que constitui  o  túmulo  de  Allan  Kardec.  Sintetiza  não  apenas  o objetivo da vida, como  também o processo existencial. Aplica-se tanto para quem está vivendo no mundo espiritual como para aqueles que estagiam na esfera material.
Enquanto  estamos  no  mundo  dos  Espíritos,  após  a última passagem  reencarnatória pela Terra, avaliamos nossos sucessos e  fracassos,  nossos  acertos  e  desacertos.  Esse  balanço existencial muitas vezes é  feito com o auxílio de Espíritos mais experientes,  cuja  sabedoria alcança aspectos  ainda  inacessíveis ao  nosso  entendimento.  Assumimos  ou  reassumimos  nossas responsabilidades  na  Espiritualidade e aguardamos  novas oportunidades de retorno à esfera mais densa da matéria.
É bem verdade que nem  todos, enquanto desencarnados, vivem em colônias ou cidades espirituais de grande elevação. Muitos, a maioria  talvez,  ainda  vive em mundos  espirituais  não propriamente  inferiores,  mas  de  pouca evolução.  Espíritos comuns,  sem  grandes  méritos  e  sem  grandes  culpas.  Nesses ambientes espirituais, ao contrário do que ainda se pensa, não se vive  uma  vida  ociosa  ou  contemplativa.  Existem  deveres  a serem  cumpridos,  tarefas  a  serem  realizadas  em  benefício próprio ou de outrem.
Nas  chamadas  zonas  purgatoriais  ou  inferiores,  os  Espíritos estagiam por maior ou menor lapso de tempo. O suficiente para repensarem  a  própria existência,  cansarem-se  da  vida  sem objetivo,  desfazerem-se  dos  resíduos  materiais  levados  no perispírito (ou corpo espiritual ou ainda, corpo astral, conforme algumas  filosofias),  mudarem  de  hábitos,  conceitos  e, principalmente, preconceitos.
Após  esse  intervalo  entre  reencarnações,  que  pode  durar  de alguns  anos  a  décadas  e mesmo  alguns séculos,  o  ser  sente-se necessitado  de  prosseguir  em  sua  marcha evolutiva.  Os  mais evoluídos  definirão  seus  próprios  rumos  com mais  liberdade.
Suas  existências  incluem  tarefas  de  interesse coletivo de maior ou menor  porte,  de acordo  com  suas  potencialidades,  ao  lado das  necessidades  pessoais  que  jamais  ficam  esquecidas, considerando-se  que  um  estágio  na  Terra é  oportunidade preciosa  demais  para  ser  desperdiçada. As  criaturas  com  uma
evolução mediana  precisarão  recorrer  aos  amigos mais  vividos para a  programação  de  sua  jornada  terrena.  Isso  para otimizar sua  reencarnação e minimizar as margens de erro. Ainda assim sabem  que  os  riscos  de  insucesso  serão  apreciáveis,  pois são pessoas  com  força  de  vontade ainda algo  indisciplinada e precisarão do amparo dos Espíritos amigos, encarnados ou não.
Quanto  àqueles  com  escasso  progresso,  serão  muitas  vezes constrangidos ao  retorno à vida corporal. Muitos deles acabam por aceitar a  reencarnação devido ao esquecimento do passado produzido  pelo mergulho na carne. Suas consciências culpadas encontrarão  algum  alívio  e com isso  ressurge a esperança e a oportunidade de reparar os erros anteriores.
Enquanto  no  mundo  espiritual  usufruímos  de capacidades  de percepção  mais  amplas  que  ficarão  bastante  limitadas  com  o processo  reencarnatório, ainda assim o Espírito  não se desliga totalmente do mundo espiritual. Durante o sono do corpo reverá os  amigos  que  o  acompanham  para  uma  troca  de  idéias  e aconselhamento. Terá ainda,  sem  dúvida,  amigos  reencarnados no  seu  convívio  com  quem  poderá contar  nos  momentos difíceis. E não ficará por aí a misericórdia divina. A intuição nos momentos  oportunos  e  o  socorro  da  prece estarão  sempre ao alcance  do  ser reencarnado.  Há  uma  grande  diferença  no comportamento  do  Espírito  enquanto  reencarnado ou desencarnado. No mundo  espiritual  temos  a certeza de  sermos “Espíritos”,  seres  imortais,  e  isso  altera  nossa compreensão da vida.  Durante  o  estágio  na  Terra,  ficamos  envolvidos  com  os apelos materiais, o corpo carnal amortece nossas percepções, o esquecimento  do  passado  gera  incertezas  e,  normalmente,  os impulsos e sentimentos inferiores prevalecem devido à condição evolutiva média do homem  terreno, ainda pouco distanciado de sua passagem pelo reino animal.
Reencarnar  é,  de certa  forma,  lançar-se ao  mar  da existência sem grandes certezas e muitas dúvidas. É desatracar o navio da vida apenas  com  os  equipamentos  conseguidos  pelo  esforço pessoal e alguma ajuda externa, daí a angústia que todo Espírito  sente ao aproximar-se a época da viagem pela Terra. Mas viver é correr riscos e o progresso  intelectual e moral se fará a partir de nossas reações durante o percurso.
Mas,  como  é  reencarnar?  Alguns  livros  e  depoimentos  de Espíritos  nos  dão  notícias  acerca  do  processo  que  pode  ser sintetizado  da  seguinte  maneira.  Após  definir  as  diretrizes principais  de  sua  futura  vida  na  Terra;  feitos  os  arranjos necessários  para  garantir  o  melhor resultado  possível  e
escolhidos  aqueles  que  irão  recebê-lo  como  filho ou  filha, geralmente dentre as pessoas de seu relacionamento, aguarda-se a  ocasião oportuna,  quando o  Espírito   sofrerá  uma  gradual perda de consciência sob os efeitos da  fluidoterapia espiritual e será ligado magneticamente aos seus pais terrenos, algum tempo depois  da concepção  decorrente  do ato  sexual. Como  se vê, o processo  reencarnatório  se  inicia muitos meses  e mesmo  anos antes  da concepção.  Dependendo  das  necessidades  e possibilidades  do  Espírito    os  cuidados serão  maiores  ou menores.  Quanto mais  evoluído mais  ele  próprio  participa do processo,  quanto  menos  evoluído  mais se entrega aos automatismos  reencarnatórios. Um  outro  detalhe  importante é que  quanto  menos  evoluído,  menor  o  intervalo  entre  uma reencarnação  e  outra.  O  ser  mais  adiantado  moral  e intelectualmente  reencarnará a  intervalos maiores porque soube aproveitar mais  as  lições  anteriores  e a Terra  pouco  terá a  lhe acrescentar por algum tempo.
O  corpo  espiritual  do  reencarnante é então,  digamos, miniaturizado  e colocado  no  útero  de  sua  futura  mãe, monitorando  a  partir  daí  a multiplicação  celular  em  função  de suas necessidades evolutivas. Durante a gestação, enquanto seu corpo  se  forma e  se  prepara  para  viver  no mundo  de matéria mais  densa,  o  Espírito   não  fica  de  todo  destituído  de percepções. Pelo contrário, estará mais sensível às emoções de seus  pais,  percebendo,  inclusive,  se é  bem-vindo ou  não. Tais sentimentos  já  passarão  a constituir  sua  personalidade  terrena, seu  caráter,  determinando  até  mesmo  neuroses  que  se manifestarão  futuramente.  Como  se  vê,  tudo  isso  demanda cuidados  por  parte  dos  Espíritos  que cuidam  dos  processos reencarnatórios e necessita da contrapartida dos pais terrenos.
A reencarnação é uma bênção ainda não avaliada de acordo com sua  importância. Muitos agem como se a vida fosse um passeio pela Terra,  uma  viagem  de  turismo. Na  realidade,  a Terra é  o ponto  de encontro  de  Espíritos  de categorias  espirituais distintas.  As  influências  recíprocas  possibilitarão  ao  ser  mais
evoluído  consolidar  virtudes  e adquirir  outras;  ao  menos evoluído aprender com aqueles. Lembremo-nos que no Mundo Espiritual  os  Espíritos se agrupam  por  laços  de afinidade, formando  grandes  famílias  espirituais  que  se  organizam  em cidades  e colônias.  Pode  ser  que  tenhamos  ao  nosso  lado, enquanto  encarnados,  seres  que amamos  e com  quem  não partilhamos  ainda  o  mesmo  ambiente extrafísico,  daí  a importância  de aproveitarmos  bem  as  oportunidades  que  nos são oferecidas  para  que,  um  dia,  possamos  estar  com  eles  na Terra e  na  Espiritualidade  Maior.  Se  você  deseja  saber  mais sobre esse  tema  leia  o  capítulo  13 do  livro  “Missionários  da Luz”,  de  André  Luiz,  espírito  ,  através  do médium  Francisco Cândido  Xavier,  publicado  pela  Federação  Espírita  Brasileira, onde se encontra descrita uma reencarnação até com minúcias.

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