Programação


"FÉ INABALÁVEL SÓ O É A QUE PODE ENCARAR FRENTE A FRENTE A RAZÃO, EM TODAS AS ÉPOCAS DA HUMANIDADE."
___________________________________________________________________________________________________________________________________

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Culto aos Mortos

Extraído do livro FLORAÇÕES EVANGÉLICAS escrito por DIVALDO PEREIRA FRANCO e ditado pelo espírito JOANNA DE ÂNGELIS.



Resultante da ignorância, o culto dos mortos entre os povos primitivos se espalhou pelas múltiplas Civilizações da antigüidade, gerando, em con­seqüência, lamentáveis processos de desregramento religioso, que derrapavam, quase sempre, em dolo­rosos conúbios obsessivos.
Entidades primárias e viciosas, utilizando-se das paixões vigentes, exigiam, selvagens, sacrifícios de vidas humanas, que o tempo se encarregou de su­primir... Os holocaustos desta e daquela natureza foram sofrendo variações por impositivos do pro­gresso até assumirem conceituação metafísica, transmudando a mecânica da forma para a essência do espírito sacrificial.
Concomitantemente, estabeleceu-se o intercâmbio entre os dois mundos: o dos encarnados e o dos desencarnadOS, que retornavam com as mesmas características da personalidade desenvolvida antes do túmulo, exteriorizando as emoções e as sensações compatíveis ao estado de evolução de cada um.
Nos santuários dos Templos, nas Escolas de iniciação, nos “Mistérios”, os mortos sempre assu­miram papel preponderante, traduzindo os desejos dos “deuses”, — “deuses” que se fariam crer, — conduzindo, não raro, e em consequência, o pensamento humano às nascentes da vida, e elucidando os enigmas do ser, as diretrizes dos destinos e os impositivos da dor...
Filósofos e heróis, conquistadores e reis, magos e sacerdotes do passado mantiveram, dessa forma, longo comércio com o Mundo Espiritual em inolvi­dáveis diálogos, dos quais ressumavam a essência da vida verdadeira, a imortalidade, a comunicabili­dade e a reencarnação do espírito...

* * *

Com Jesus, no entanto, os chamados mortos receberam o necessário respeito, ocupando o devido lugar. Seus encontros com os libertos da carne, mencionados no Evangelho, são memoráveis, incon­fundíveis. E a ética decorrente dêsse convívio, va­zada na elevação moral e na renúncia, no amor e na caridade constitui, ainda hoje, a linha de equi­líbrio e base de segurança para a vida.
Depois dEle, Allan Kardec, o Missionário fran­cês, de Líon, foi investido pelo Alto com a inapre­ciável condição de desvelar a vida além da sepul­tura, facultando o renascimento do Cristianismo nos espíritos e nos corações, e abrindo nobres en­sanchas para o intercâmbio com as Esferas Espiri­tuais.
Os próprios Imortais aquiesceram em elucidar os enigmas humanos com a divina permissão, am­pliando enormemente os horizontes do entendi­mento sobre a vida imperecível, após o decesso or­gânico.
Porque a Terra necessitasse de inadiável des­pertamento para as realidades do espírito, os Em­baixadores dos Céus mergulharam no corpo e re­nasceram nos diversos campos do pensamento e da investigação, colaborando com tirocínios lúcidos e comprovações indubitáveis da continuidade da vida após a morte.
Luminares do Reino mantiveram comunhão com os homens, através da mediunidade dignificada, re­petindo a mensagem do Cordeiro de Deus aos co­rações amargurados e contribuindo com farta cópia de revelações novas.
Não mais a morte. Em tõda a parte exulta a vida.
Ninguém se aniquila na morte. Muda-se de es­tado vibratório sem que se opere mudança intrínseca naquele que é considerado morto.
Morrer é, também, reviver.
Mortos estão, em realidade, aquêles que têm fechados os olhos para a vida e jazem anestesiados na ilusão, deambulando, em hipnose inditosa, entre viciações e engodos.
Cada ser é além do corpo o que cultivou na in­dumentária carnal. Nem melhor nem pior do que era. As construções mentais, longamente atendidas, não se apagam dos painéis espirituais ao toque má­gico da desencarnação, nem tampouco o culto da personalidade, os hábitos infelizes se rompem, de imediato, graças ao bisturi miraculoso da morte.
Morrer e viver nas vibrações materiais são contingências que dizem respeito a cada um.

* * *

Por essa razão, em memória dos teus mortos queridos, que vivem, não lhes açules as paixões subalternas com oferendas de ordem material, Já não necessitam dos mimos enganadores nem das de­monstrações exteriores do mundo da forma. Têm agora outro conceito, compreendem melhor o que foram, como poderiam e deveriam ter sido, e lamentam, se não souberam conduzir a experiência pelas nobres linhas da elevação moral.
Respeita-lhes a memória, mas desvincula-os das coisas transitórias.
Ama-os, e liberta-os das evocações dolorosas do vaso carnal.
Ajuda, através da tua valiosa dádiva de amor, os que se demoram ao teu lado experimentando aflições e desesperos.
Transforma as flôres débeis que logo fenecem em pães de esperança, que sustentarão vidas em quase extinção.
Apaga os círios de parca luminescência e acende a luz da caridade, pensando nêles, para que as lâmpadas de misericórdia que coloques em outras vidas possam transformar-se em claridade sublime nas consciências dêles.
Mitiga a sêde, diminui a fome, alfabetiza, enseja o medicamento, fomenta a concórdia, distribui a esperança, divulga a paz, recordando aquêles a quem amas e que partiram para o mais além, e chuvas de bênçãos cairão sôbre êles, abençoando-te também.
Não os pranteies em desesperos, não os exaltes em qualidades que não possuem.
Recorda-os na saudade e mantém-nos na lem­brança do carinho, sabendo por antecipação que um dia virá em que jornadearás, também, na dire­ção dêsse Mundo em que êles se encontram, voltan­do a estar ao lado dêles, sendo feliz outra vez. E como dispões ainda de tempo para preparar a sua viagem de retôrno à Pátria Espiritual, organizais emocionalmente, entregando tua vida à Providên­cia Divina e vivendo de tal forma no corpo que, em chegando o momento da desencarnação, não te detenhas atado às mazelas nem às constrições do vasilhame carnal.

*

“Se alguém guardar a minha palavra, nunca, jamais, provará a morte”.
João: capítulo 8º versículo 52.
  
“O respeito que aos mortos se consagra não é a matéria que o inspira, é, pela lembrança, o Espírito ausente quem o infunde”.
                                                                 Capítulo 23º — Item 8, parágrafo 2.

Nenhum comentário:

Postar um comentário