NATURAL do Rio de Janeiro, nasceu em 16 de dezembro de
1865 e aí faleceu em 1918. Considerado ao seu tempo, o Príncipe dos Poetas
Brasileiros. Sócio fundador da Academia Brasileira de Letras.
Sobre a
fronte da turba há um sussurro abafado.
A
multidão inteira, ansiosa se congrega,
Surda à
lição do amor, implacável e cega,
Para a
consumação dos festins do pecado.
“Crucificai-o!”
— exclama... Um lamento lhe chega
Da Terra
que soluça e do Céu desprezado.
“Jesus ou
Barrabás?” — pergunta, inquire o brado
Da
justiça sem Deus, que trêmula se entrega.
Jesus!
Jesus!... Jesus!... — e a resposta perpassa
Como um
sopro cruel do Aquilão da desgraça,
Sem que o
Anjo da Paz amaldiçoe ou gema...
E debaixo
do apodo e ensangüentada a face,
Toma da
cruz da dor para que a dor ficasse
Como a
glória da vida e a vitória suprema.
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